De degrau em degrau...
Trilhos enferrujados,
Palavras desvairadas,
Solidão intermitente...
Assim vivia eu abandonado,
Roupas amarrotadas,
Meio delinquente...
O sol resolveu me clarear
Diante de um sorriso que reluz,
Rostinho imberbe, pescoço que me seduz,
Mãos que se oferecem para eu acariciar.
Olhar que brilha sequioso de prazer
E que me apetece o ego perturbado,
Desejos sensuais me deixam enamorado
E me permitem esperar tudo acontecer.
Sonho abraçar corpinho tão franzino
E me proteger num peito tão protegido,
Saciar minha sede de beijar ser tão querido
E me sentir rejuvenescido tal qual um menino.
Meu coração bate alucinado repleto de alegria
Quando meu olfato percebe o perfume dessa flor,
Em minha aorta há o testemunho de intenso amor
Que me faz imaginar nada ser fantasia...
No céu de minha boca estrelas cintilam paixão
E me envolvem numa sensibilidade que é pura emoção
Cujo sentimento em sua ausência chora de saudade...
Primavera que edifica em mim um novo mundo,
Que me faz seduzir a alma num frenesi doce e profundo...
É que o amor eclode em busca da felicidade!