CONCHINHA
(Sócrates Di Lima)
No leito de amor a vida se acende,
Queima o corpo e derrama o prazer,
Sobre o lençol de cetim a paixão se estende,
E faz o encontro de almas acontecer.
Em espasmos as vozes gritam a paixão,
Convolam em trêmulos êxtases a ternura,
E o amor vibra longe do silêncio da gratidão,
Pois o amor é divino e vale toda a loucura.
E quando os lábios silenciam,
O coração retorna ao estado do compasso,
Os corpos anunciam,
Que o amor ocupou seu espaço.
Então, os braços se entrelaçam,
Em carinhos da sequência ao prazer,
Pois, o amor e o desejo não se estanca, mas, alcançam,
O estágio ilimitado do bem querer.
Um momento que para alguns passa despercebido,
Pela falta da comunhão da alma em evolução,
E se esquece que depois do prazer o momento mais enternecido,
É aquele que se estende na ternura do coração.
É nesse momento que há o encontro do côncavo e do convexo,
Onde os corpos se unem e se amoldam num encaixe com louvor,
E o calor dos corpos se misturam na paz do sexo,
Numa demonstração intensa da verdade do amor
E assim eu quero estar com minha véinha,
Quando a idade do amor verdadeiro chegar mansinha,
Até lá a vida de Basilissa se encaixa na minha,
Numa comunhão de corpos como se unidos em conchinha.