Inexistência
Não sei mais morrer,
não posso viver;
você não surgiu, não sei o que ver.
Não posso chorar,
não sei mais sorrir;
não vou existir se você não achar...
Estou exausto, no seu quarto fiquei;
breves momentos de viver desfrutei.
Mas o viver em essência, afinal;
mas o amor, o triunfo final,
perfeição, a razão...
como é tão raro de ter...
e se sonhar é viver,
isso foge de mim,
me restando, assim,
disfarçar e sorrir,
mas querendo chorar.
Na madrugada, a minha amada
surgiu.
Com ela estou, com ela vou
amar.
O sol bonito já vai sair
e ela vai ter que partir.
Eu vou ficar aqui sozinho
a lamentar.
Rio, 16/06/1970