PECADO
(Sócrates Di Lima)
Não peco pelo exagero,
Nem pela essência do meu pensar,
Nem pelo tempero,
Na mistura da paixão como o amar.
Pecado é não pecar,
Nem ser exagerado,
Pecado é ser sano e pensar,
Que a insanidade é pecado.
Um amor insano,
Tem o tempero da vida,
É mais do que humano,
Vai além da forma querida.
Pecado é o atrevimento,
Que meu coração se expõe,
É ter pouco sentimento,
Quando a loucura propõe.
E se o meu amar é pecado,
Quero pecar muito mais,
Me entregar na loucura do desavisado,
E viver a vida como vivida jamais.
Basilissa é o meu pecado,
Pecado que eu quero cometer todos os dias,
Um pecado semeado,
De loucuras, amor e poesias.
Pecar maior é viver se lamentando,
Pelos cantos chorando,
Ao invés de ficar se preparando,
Para pecar mais na velhice e morrer amando.