Olhar de amante...
D’além de mim eu me observo,
um cego surdo adotado pela luz da vida,
alguém frenado pela sorte tida.
O que fiz ontem, farei no amanhã,
Inda que com aspecto lívido ou de face febril,
uma ou outro não me importa isso!
E, me dói dizê-lo: eis a tua morte!
conviria melhor dar ouvido aos deuses
do que meter-me vadio e em crenças crer
e assim ter o que a ti dizer:
ama-me mais do que ao sal dos meus beijos.
Força física e excitação espiritual,
tudo há de mais em mim
e não me entorpece, enfurecida,
a outra mulher que habita em ti sem necessidade.