NOITE ALTA
(Sócrates Di Lima)
A noite chega sorrateira,
Mansamente se espalha,
Uma noite de sexta-feira,
Uma noite sonora, sem falha.
Sons plangentes ecoam no espaço,
A noite ferve la fora,
E eu aqui com a saudade em abraço,S
Sem chance de ir embora.
Ouço dentro de mim a voz dela,
Chamando e cantando,
Fazendo-se presente sem ela,
No corpo que na noite vai se queimando.
Noite alta,
Embalada na saudade,
E nada me falta,
Senão a pele queimando de vontade.
Vontade de estar perto,
Junto entre o corpo e a alma,
Tudo é certo,
Segue a noite em calma.
E assim está Maria,
Tomando todo o espaço,
Que é dela, além da poesia,
E bem enlaçado no seu abraço.
Ela é a minha poesia,
Em forma de mulher,
Com o coração pulsando por mania,
Fazendo exatamente o que minha alma quer.
E assim se faz a noite emmansidão,
Cheia da saudade dela,
Basilissa é minha noite em expansão,
Me enchendo de saudade de estar neste momento com ela.