SÓ
Estou só. Totalmente só.
A solidão está comigo,
Ou será que somente
Tem-me como amigo?
Em meu peito fez seu ninho,
Sem ao menos pedir licença
E como a fazer-me carinho,
De ninguém mais quer a presença.
Apossou-se de mim sem rodeios,
Tornou-me um quase seu escravo.
Não liga pros meus anseios,
Está se tornando em mim, um cravo.
Daqueles ruins de ter cura,
Idêntico ao “olho de peixe”.
E no silêncio da noite, murmura:
“Está longe o dia em que o deixe.”
Também não faço questão,
Melhor que mal acompanhado.
Pois tem, quem só ouve o coração,
Constante risco de se ver frustrado.
Mas, se como disse o Erasmo:
“Antes mal acompanhado do que só”!
Espero que me deixe logo
E eu pare de mim, ter dó.
Riedaj Azuos 05-04-2008