CHUVA DE NOVEMBRO
CHUVA DE NOVEMBRO
osni de assis e silva
Chuva fina,
fria,
triste!
Chuva de novembro,
chuva de quem sente saudades.
Chuva que entristece,
que magoa
o coração já tão sentido,
de um amor já tão perdido!
A tarde, antes tão alegre, colorida, é agora cinzenta!
Os pássaros não voam hoje,
as crianças não brincam nas ruas;
o vai-e-vem das pessoas diminuiu,
e o silêncio predomina n'alma da gente.
Não vejo ali,
naquele canteiro,
como em outras tardes,
antes coloridas,
as borboletas multicores,
dançando por entre as folhas e flores.
Não vejo ali,
na pracinha,
as bicicletas tão fogosas,
tão ágeis,
tão bonitas e reluzentes,
que antes trançavam por entre os jardins,
naquelas tardes tão belas,
povoadas de crianças,
de sorrisos,
de brincadeiras...
Ouço agora,
embaralhado o som da chuva,
um replicar de sinos,
choroso, moroso, tristonho:
Bam! Bam! Bam!
Como é triste,
esse som que traz saudades,
que magoa.
Torna tudo mais cinzento ainda!
O sol se apagou,
nuvens cinzas cobrem todo o céu.
Guarda-sol é agora guarda-chuva,
poças d'água,
pessoas apressadas.
É certo,
não tenho dúvidas,
logo, à noite não verei como antes,
estrelas cintilando,
lua brilhando
estarei só
pensando,
sentindo,
sentindo tua ausência,
amargando meu amor impossível,
perdido. Desfeito?
Mas,
sei gostar,
sei sofre,
sei esperar
o retorno de dias felizes!
O desabrochar das tardes coloridas,
dos sorrisos,
das borboletas multicores,
das crianças,
das bicicletas
povoando novamente a pracinha!