Despedida (mente)

Deixe-me

Tempestuosamente

Com meus falares.

Os raios tremeluzentes

Singram o horizonte,

Como meu peito em sangria vertendo...

Feito vela de uma nau,

Que parte rumo ao desconhecido,

Vê minhas mãos estendidas,

Tentando segurar

Meu malfadado pranto...

Que queima meu rosto,

Feito sol de verão.

As minhas noites transformaram-se

Em pesadelos de sonhos acordados.

Vejo-te voltando na calada

Da noite ou na hora matinal.

A fim de saciar os desejos do amor carnal.

E quando o encontro dos nossos corpos,

Saciar o desejo contido em nós,

Eis que grande espanto toma conta do meu ser,

E eu choro...

Imploro tua volta repentina,

Abandonado ao destino e ao desejo de me amar.

Qual rio que corre de encontro ao mar...

O mar bravio, qual malicias no olhar.

E na minha seminudez profana,

Te busco com meus pensamentos insanos.

E me embriago nesse desejo louco,

De provar o mel da tua boca conservado

Só pra mim

Numa simbiose de sabor e amor.

Amor feito mel,

“mel que derrete na boca” e percorre o corpo inteiro,

Para que possas silenciosamente degustar-me.

Volto a mim,

Após esse transe momentâneo,

E percebo sem querer,

"Que uma parte de ti se encontra em mim".

Não pode haver despedida,

Despedida (mente) de um amor assim...

val cunha
Enviado por val cunha em 06/03/2012
Reeditado em 06/03/2012
Código do texto: T3538054
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.