Despedida (mente)
Deixe-me
Tempestuosamente
Com meus falares.
Os raios tremeluzentes
Singram o horizonte,
Como meu peito em sangria vertendo...
Feito vela de uma nau,
Que parte rumo ao desconhecido,
Vê minhas mãos estendidas,
Tentando segurar
Meu malfadado pranto...
Que queima meu rosto,
Feito sol de verão.
As minhas noites transformaram-se
Em pesadelos de sonhos acordados.
Vejo-te voltando na calada
Da noite ou na hora matinal.
A fim de saciar os desejos do amor carnal.
E quando o encontro dos nossos corpos,
Saciar o desejo contido em nós,
Eis que grande espanto toma conta do meu ser,
E eu choro...
Imploro tua volta repentina,
Abandonado ao destino e ao desejo de me amar.
Qual rio que corre de encontro ao mar...
O mar bravio, qual malicias no olhar.
E na minha seminudez profana,
Te busco com meus pensamentos insanos.
E me embriago nesse desejo louco,
De provar o mel da tua boca conservado
Só pra mim
Numa simbiose de sabor e amor.
Amor feito mel,
“mel que derrete na boca” e percorre o corpo inteiro,
Para que possas silenciosamente degustar-me.
Volto a mim,
Após esse transe momentâneo,
E percebo sem querer,
"Que uma parte de ti se encontra em mim".
Não pode haver despedida,
Despedida (mente) de um amor assim...