Enquanto Tu dormias…
Olhava-te
E andava em volta de Ti
Em reabilitação
Para me redimir das palavras sem sentido
Ditas
Que te feriam
Quando o meu objectivo
Era apenas alegrar o teu coração…
Caminhando sozinho
Procurando
O teu sentido
Andando em círculos
Sabendo que te sentias
Mas não te sentindo de facto comigo…
Olhando a madrugada chuvosa
A chuva que tanto temias
Velando ao mesmo tempo pela tua paz
Pela tua tranquilidade
Exorcizando
O que nos sobraria com o tempo
Uma desumana saudade…
Sabendo que a chuva
Que odiavas
Surtia esse efeito
Não por a temeres fisicamente
Mas que por uma série estranhos de factos do destino
Tinhas sido sempre abandonada em noites onde estava sempre a chover
Sem se despedirem
Sem te deixarem umas derradeiras palavras
Sem te deixarem nada
A não ser o lugar comum do vazio
E por isso eu lutava
Contra a tua inevitabilidade
Pois sabia
Que podias ter outros a seguir a mim
Mas essa dor
Ficaria para toda a eternidade
Porque te amava
Mas em simultâneo
Contigo
Sentia
Que era o dono do mais denso nada
E apesar de Tu
Seres aquilo que mais almejava
Aquilo que mais queria
Teria de partir
Efectivamente
Enquanto Tu dormias…