Navego...
Navego por entre teu corpo quente
E chego ao teu coração tão frio!
Dou um mergulho mais persistente
Nas águas indecisas do teu olhar
Volto à tona sem resposta convincente.
Prossigo na investida nesse mar sem vida
Cujas correntes de águas gélidas me distanciam
Paralisam meus movimentos contraídos
Porque meu desejo já remonta a décadas
De espera aflita na ânsia de te amar.
Afasto-me sem ouvir justificativa
E uma dor intrínseca mexe comigo
Meu coração me diz para ser criativa...
Não posso me iludir, nem cair em perigo
Nessa navegação pela qual fui seduzida.
Dentro de mim não existe mais força
E, no olhar cansado de olhar para tua face
Arrasto meu remo e saio desse mar
Para navegar em águas tépidas de amor
Em outro mar, em outra direção...