Gritos da noite
Às vezes fico a pensar comigo mesmo,
Que tudo o que nos move é o desconhecido.
O que somos? De onde viemos? Para onde vamos?
E está talvez seja a doce ilusão de viver.
No entanto, de todas as formas que a vida propõe a ilusão
A maior delas é o amor. Assim somos vencidos,
Pela doce ilusão de amar. Pelo que não conhecemos,
Mas somos conhecidos; pelo que não somos, mas nos tornamos.
Oh! Minha grande amiga, quão bela é,
Que tua beleza resplendece o alvorecer.
Tão linda que a vida de assombra como um mistério,
Que entre tantos, o maior é o amor.
Porém, aquele que te ama e ama a tua beleza,
Esse está condenado, pois quem a ama é tão perecível quanto.
Mas deixe que a amem pelo que é desconhecido,
Por aquilo que jamais ousaremos saber.
Contudo, se gritares de noite, entre risos e pranto,
Sem acalanto, sem meiguice, entre a dor e a renúncia,
Viva a plenitude do ser, sem medo e sem rancor,
Pois a noite passará para dar lugar ao amanhecer.
O amor é supremacia da felicidade do ser,
O qual sem ele seremos escravos de nós mesmos.
Amar o outro é amar a si, porém nunca se esquecer de si.
Amar é buscar a inefável essência da vida.
Quando um dia te perguntarem porque ama,
Diga somente que é pelo mistério de amar,
Pelo que é desconhecido, mas se faz conhecer,
E se um dia se conhece, nenhum mistério será.