Ela, somente ela.
Qual o melhor caminho em que à guisa do tempo pode ser frutífera,
Senão, aquele ao qual meu coração perdeu o próprio tempo.
Oh desgraçado e imundo mundo!
Que fez da minha mente um ato cruel,
Onde padece em mim a cólera de toda a desgraça lançada no tempo,
Como em um abismo que nunca se tem fim, embora tudo o tenha.
O que mais tenho senão o tempo que me resta,
Esse covarde que me trai.
Dele sou escravo, como meu coração
Da mulher amada ainda que distante.
Por que o tempo e por que ela?
Por acaso, haverá outro tempo e não ela?
Por acaso, ambos não são tão singulares,
Que o peso e a medida devem existir em mim.
Não há mais ninguém e não há mais tempo,
Ambos se confundem no êxito dos meus passos.
É ela, somente ela, com aqueles grandes olhos verdes
Que faz o tempo parar.
Como a magia também faz o futuro aparecer
Admiravelmente airoso como plumas celestes.
E o tempo perde seu caminho de ação,
Não se conjuga, se torna um instante imensurável,
Onde apenas o seu ser, tão belo e precioso
Aparece diante de mim em qualquer época e lugar.