Passando pelo Passado
Ali estava este meu corpo, com sua mente sã
sabendo o pouco de hoje e menos de amanhã
e, como sempre, fui partido nessa vida
sem nunca ter partido nenhum de voto
e antes desta abusada peça ser erguida
tive que agir com a musa feito devoto!
Eu tremo com raiva, só por as vezes imaginar
que possa haver monstros que a fariam chorar
uma criatura de natureza tão delicada no cerne
uma pena que as almas não afloram: que pena,
podem ir enganar a minha menina tão pequena
pois ela o bem o mal ainda muito mal descerne
Desculpe se meus modos geraram o seu espanto
e perdão se as notas roucas desse meu feio canto
ferem lhe os canais auditivos tão sensiveis a isso
eu não sei bem se sou um bom soldado ou se não
mas aqui mesmo, e de todo meu cândido coração
prometo lhe ser que nem a um soldado: submisso!
Uma mulher de natureza intrissicamente tão divina
só poderia ir ter esse teu belo nome mesmo: Marina
talvez tenha pertencido ao mar antes de ir nascerdes
como a iemanja cristã, tú redimes aquela subcultura
baseada nesses monstros advindos de uma sepultura
para deixar de serem castanhos para ter cores verdes
Tadinha, Marina era uma deusa com todo o potencial
teve de virar humana e ser pisada por um homem mal
que veio e lhe mostrou o etér de um romantismo denso
e hoje, mares refletem toda aquela sua confusão interna
em rajadas perigosas, um animal que ainda hoje hiberna,
e tudo é ao caos e ao longo apocalipse somente propenso
Vem verme ousado e repugnante a subir em seu dedo minúsculo
o dedo foi o único músculo que ele alcançava entre os músculos
ele diz, com sua vozinha tão chiada que parece muito engraçado
já não importa a quantidade de mentiras que disseram para você
e só lhe peço uma coisa, creia assim como este meu coração crê
que mesmo após as labaredas de todos infernos terem já passado
Eu estarei aqui ao seu lado!