SORVETE

Tomar-te devagar no meu abraço

Na madrugada, na manhã.

Devorar-te num só lance,

Na solidão, na ausência.

Sentir-te de manso, de leve,

Como o orgasmo das flores temporãs.

No inverno, beber-te feito vinho.

Na primavera, comer-te feito flores.

No outono, trabalhar-te feito ouro.

No verão

Sorver-te.

Fidélia Cassandra
Enviado por Fidélia Cassandra em 19/01/2007
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