Inquisição (Segunda)

Mas que sonho é este
Que eu ando sonhando
Animadamente

Que traição tão linda
É esta que a vida me faz
Neste breve ainda
Que me faz nascente
E ao mesmo tempo foz

Que me manda falar-te
Mas me impede a voz...

E que quanto mais me envelhece
Mais me induz a sentir-me um rapaz

Será porque a vida sabe
Que o tempo é um cavalo
Que vive do espaço
E que não se pode medir a idade
Por viver tão pouco
O mais longo abraço?

E será não
Que o nosso
Esperançoso lampejo
Esse de felicidade
Seja o silencioso
Som mais trovejoso

Que sucede ao primeiro Beijo
E faça o desejo
Se enroseirar?
Afastando o nada e alagando a seca
Das nosssas já sulcadas bocas
Com a enchente das lágrimas artesianas
Na inundação das nossas Almas loucas
No perecer das calmas

Que nos engravidam de tantas paixões
Incendiando os mundos com o arder dos corpos
Das Plataformas humanas

Na mais implacável das inquisições:
A “Caça às fadas” das indecisões...



















Aldo Urruth
Enviado por Aldo Urruth em 28/02/2012
Reeditado em 01/03/2012
Código do texto: T3526114
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