Ousar

Construo

janelas no vento,

rosas e vendavais.

Construo

um arco-íris

no céu

de minhas entranhas.

Quantas coisas ousei

construir e desconstruir.

a pele,

o orvalho,

a flor,

os encantos

em pedaços de estrelas.

Quantas coisas ousei

e não ousei.

A morte,

o presente,

o amor em cifras.

A vida nua,

balançando

nos arrebóis

e um desejo sutil

dentro da carne

surge do abismo

e consome

velhos retratos,

cinzas.

Em torno

de ásperas sílabas,

suspensas

nas margens

do coração.

(Verônica Partinski)

Verônica Partinski
Enviado por Verônica Partinski em 19/01/2007
Código do texto: T352264
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