Lírios III
De manhã, quando fuçava em algumas caixas, encontrei as cartas, as fotografias. Eram caixas de lembranças incompletas. Faltava o cheiro, o tato. Ou não. E os lírios, lírios. Lembro-me da invasão ao cemitério. Bebíamos e fugíamos de. Um pequeno arranhão. Eu usava aquelas minhas camisetas coloridas estilo tie-dye. E vendia pulseiras. Uma simples bicicleta me bastava. Ao mesmo tempo, recordo daquela briga. De pedra, de pau. O tempo navegou sobre o mar de imprecisões, de sonhos. E mais, hoje nada mudou. O que se amplia são as caixas de lembranças. Incompletas. Já que. O resto eu levo em mim. E assim je dois partir.