NOSSO SOL
(Sócrates Di Lima)
O Sol que queima o tecido humano,
Doura a pele clara que o amor carrega,
Deixando as marcas de um momento sano,
Quando intenso o corpo esfrega.
E o Sol que queima a terra fértil,
Tem no seio a luz em chama,
Cega os olhos como um vil metal projétil,
Que transpassa o tempo do coração que ama.
Assim, Basilissa, nesse nosso Sol de agora,
Um novo tempo marca a nossa era,
Como o Sol que à tarde vai-se embora,
Como a flor que floresce na primavera.
E olhando os campos do Girassol,
O amarelo esvoaçando nos fios dourados,
Teus cabelos içados á luz do Sol,
Mostram a beleza e os dotes carregados.
Como olhar o céu num anil intenso,
O teu olhar azul misturado ao meus olhar castanho,
Na fusão profunda um desejo imenso,
Que transcende o corpo no querer tamanho.
Porquanto, desde o amanhecer da luz,
Que emana do dia em seu arrebol,
Nossa alma como o nosso corpo conduz,
Aos efeitos vulcânicos do nosso Sol.