FOLHA VERDE
(Sócrates Di Lima)
Folha esvoaçante,
No talo da flor,
Verde clorofilante,
Suave feito o amor.
Folha que o tempo faz crescer,
Em nervuras mostra os seus caminhos,
Como a vida verde no alvorecer,
Em galhos faz seus ninhos.
E vindo a primavera,
Viçosa e bela,
No balanço da brisa, o que era,
Se faz formosa, adulta folha se faz ela.
Folha verde em metamorfose,
Se sustenta nove verão,
Se supera em mais uma fase,
Bela e formosa continua então.
Assim, a folha verde,
Que passa cada estação,
Mata sua 'própria sede,
No orvalhar do seu pendão.
Ai, que no outono se desfolha,
Como vento segue o sopro que lhe provém,
Inicia uma viagem sem a sua escolha,
Experimentando outras fases que a vida tem.
Em cada passo o vento leva a sua jornada,
Leve pluma levada e lavada em cada chuva que recebe,
Já não se faz mais verde, pois, pelo tempo secada,
Mas continua na vida até ser consumida e ela nem percebe.
Eu e Basilissa, somos como a folha verde,
Que o tempo para vida sempre nos prepara,
Nossa folha é nossa vida como a água mata a sede,
Vivemos que nos foi predesdinado como folha rara.
A morte vem para todos, bem sei,
Como a vida vem para os predestinados,
Saber morrer e saber viver a vida como um Rei,
Amar como nunca e como sempre se fazer amados.
Fizemos do nosso amor folha verde e bela,
Que vive todas as estações que dela, ainda, não passou,
E mesmo que o inverno se aposse dela,
Não mudará nossou destino, pois, nosso tempo ainda não terminou.