Perdidos no Espaço…
Onde aprendemos a dura lição
Que as mágoas aprendem sempre a nadar
Como dizia o poeta irlandês
E que em vez de nos salvarmos nelas
Nelas nos poderemos afogar…
Aprendemos tal na prática
E com o natural prejuízo
De quem teve que errar
Para aprender
Que mesmo estando
Por vezes certas pessoas não o estão de facto
E por isso aprendemos
Que por vezes quilo que num primeiro olhar interpretamos como um calado sorriso
É o mais sonoro
Mutismo…
E assim esse vazio
Procurámos preencher
Com outros corpos
Copos
E a alienação
Que interpretávamos como mera evasão
Como a nossa busca
Pela perdida razão…
E quando regressávamos
Ao velho erro afectivo
Ao nosso colectivo
A nossa companhia
Assim nos perdíamos no espaço
Que havia entre nós
Apesar de estarmos bem perto
O motivo
Porque mesmo acompanhados um pelo outro
Nos sentíamos demasiado sós
Num espaço maior
Do que o espaço sideral
Porque era o nosso espaço
Que estava demasiado vazio
E que não o conseguíamos preencher
Não conseguindo perceber essa dicotomia
Porque era suposto esse espaço
Ser o nosso espaço de maior prazer
E não o local
Onde mais nos custava Estar
Nos custava Viver…