Meu eu lirico, te ama!

Meu eu lírico, te ama

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As vezes penso, poeta...

Se tú mesmo, não te enganas

Este amor de pura chama

Que só queima no papél

As vezes, penso...poeta

Este amor assim tão louco

De moderno, nada, nem um pouco

Somos versos 'a deriva

Tuas linhas, sempre encontram as minhas

E dançam unidas, até procriar

Este fruto...belo fruto

O poema, filho deste dilema

De não poder te tocar

Sabe, as vezes penso...poeta

Se nas noites frias em que estás sozinho

Eu talvez não aqueça, só um pouquinho

O teu lírico e pulsante coração

Mas ai, apago tudo e esqueço

Não quero um poema sem começo

Sem sentido e sem razão

Quero um poema, apaixonado

Louco assim , desvairado

Derramado de emoção

Não farei, mais pra tí o verso mudo

Nem direi que te amo

Pois é absurdo!

Se te fazes de surdo de meus versos

Se este meu eu lírico, te ama...

Eu o tirarei de minha cama

E o trancarei a chaves, num baú

Pois se na poesia desta vida

Sou um verso

Você é também!

E eu te peço...

Apague-me agora!

Deste infinito rascunho

Que é apenas o que sou...

Neste teu poema desconexo

Márcia Poesia de Sá