PALAVRA NOVA
Sacrifica-me a voz, eu suplico!
Rouco, eu talvez nem lhe fale
Das cousas que nada sei
Do nada que tudo sabe!
Das folhas dos meus cadernos
A saliva da natureza manchando o sentimento
Nasce a poesia como se brotasse do vento
Das brisas dos pensamentos, dos furacões das saudades...
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Perfilar os traços do seu corpo
Deitar-me morto em seu olhar
Analisar-te, lhe traduzir
Cheirar a arte e lhe seduzir
Fazer de ti, a palavra nova
A esperança sólida do meu trôpego penar
Apenas mirar o mar, beijar espuma
E cair na bruma desse nosso amar...