AMOR NO MATO.
No alpendre o caboclo
dedilha a viola
a tarde cair devagar
ele canta uma canção
começa a cantar
a sua morena balançava
estendida na rede
com os olhos cheio de emoção
ela admira seu homem
rústico do mato.
Ela observa aquelas mãos
calejadas da lida no campo
marcadas pelo cabo
da enxada
mãos que agora
dedilham com suavidade
cirúrgica a viola
a voz forte
que intimida o gado
agora canta
uma suave melodia
apaixonada a morena suspira...
A mulher do campo
e o homem da mata
se entregam nesse
entardecer de encantos
esperando a noite chegar
ela sabe que
aquelas mãos calejadas
no seu corpo irão tocar
com a mesma delicadeza
que ele dedilha a viola
e que aquela voz forte
logo dirá loucuras
de amor no seu ouvido.
Ela se preparou
perfumou seu ninho de amor
com rosas e lírios
pegou na tendinha
uma garrafa de vinho
colocou seu vestido florido
ela se fez de flor
esperando os braços fortes
do caboclo para colhe-la
e leva-la pro coito
Então a noite chega devagar,
ele toca a última nota
a canção termina
a morena desce da rêde
eles deixam o alpendre
os passarinhos
entram no ninho
os amantes tomam
uma taça de vinho
Fazem amor com as janelas
do quarto abertas
no cantar das cigarras
sem se grilar com os grilos
lá fora os vaga-lumes
dão a iluminação
lá dentro com a luz e do lampião
enquanto os sapos
coaxam no mato
a morena e o caboclo
gozam no quarto