Jeito de amar
De repente, eu me pego escrevendo poesia
O pão de cada dia da grande sobrevivência
Alento do coração, produto do amor
Chama da paixão.
Surpreendido pelo amor sagaz, fraterno
Ou bandido, que sempre satisfaz,
Pego-me amando a vida como se ela
Não fosse mais existir.
Ponho-me de alma solta voando no espaço sideral,
Livro-me do mal do mundo dos vivos,
Tomo o céu como paraíso e invento o amor mais fraterno
De que tanto preciso.
Crio novo mundo, penso em nova vida ao vagabundo
Nas entranhas do inferno, invento verões e invernos
Embriago-me de poesia, a doce mania do sôfrego poeta.
Saltitante como criança deito e rolo na grama
Que meus algozes pisaram sem dó nem piedade.
Ô Deus da veracidade, por que disseste que me amavas
Se tudo que de mim afastaste retorna em turbilhão?
Pois eu queria tanto não viver essa vida vazia!
Ter o amor em minhas mãos para atirr no ar
Como pétalas a cada irmão, amar mesmo
Sem ser amado, ser pela natureza abençoado
E andar com os pés no chão.
Deus, Deus meu, de todo o universo, dê-me forças para transpor
As barreiras dos pecadores, a ti cantar louvores quando eu de ti
Não mais precisar e aproveitando a oportunidade peço-te:
Dê vos vida a todos e a mim apenas sorriso se te sobrar!.