Reciclagem

Dizem que o amor anda à paisana

Sobrevivendo alhures de amplexos iníquos,

Talvez nas plataformas de altares longínquos

Estabeleça-se em concordata atitudes insanas.

Comenta-se que o amor mergulha em mares insalubres

E desvia-se do sacratíssimo matiz de origem,

Envenenam-no numa peçonha repleta de fuligem

E o produto esmiúça-se opaco em locais lúgubres.

Percebe-se que o amor frequenta as tabernas

E as esquinas enfermas sem sinal de alerta

Onde os vícios deformam a sensibilidade humana...

Espera-se que o amor se renove em última instância

E transforme os efeitos nefastos sem medir distância

A fim de que se desvincule de etiquetas profanas!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 25/02/2012
Código do texto: T3518496
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