FLOR
Tempos atrás a menina,
Cabeça baixa, olhos fixos; o chão
Como se pudesse cair, evitava
Apegando-se a terra
Crescia como um vegetal
Forte na potencialidade
Imergindo contra a gravidade
Sem a razão de ser do imortal
Sabia frágil,
Da estação, curta fase
Era já tempo quase
Ela já via as luzes
Outros seres a ela iguais
Acompanhada do sol
A cabeça erguida,
Crescia mais e mais
Olhava pra cima
Hoje nem mais me enxerga
Tão distante a menina
Se vai com o tempo
Tão perto de ser colhida.