Pequenina assim...
ela é uma gigante em seu sorriso sincero e aberto
uma janela como flor se abre no sorriso liberto
ao vê-la meu coração fica em descoberto
Sou sincero
Sem vergonha de dizer o que quero
Na igreja lotada de santas me confundo e a venero
de baixa estatura
cheia de ternura
anda em passos delicados de pouca abertura
pequenina traz um cabelo de grande envergadura
de nariz empinado fura qualquer armadura
ao longe sempre leio em seus seios uma bela literatura
não é nenhuma tanajura
tem um corpo que é uma arte em escultura
em minha pupila se apresenta como alegoria de grande altura
perto dela observo como sou pequeno
ela vai chegando e os hormônios tornam-me sereno
tal como um cego nada vou vendo
depois que ela passa, eu passo
Me fecho como aço
sinto-me um bagaço
pois já sou um velho perto da cruz
uma mariposa cansada perto da morte e da luz
e que queimará ao final da noite cheia de sangue e pus.