AMOR PLATÔNICO

Versejas grandiloquente,

que tens rouxinóis na lira;

teu estro, qual a corrente,

num mar canoro se atira.

Das minhas ouças na mira,

o teu canto põe fremente

a mim, teu fã que delira

nos saraus de ti somente.

Teu olhar, coral dançante,

à minh’alma traz solfejos

do fogaréu de um amante.

Assim, pelo amor platônico,

a sonhar em dar-te beijos,

estou de cantar-te afônico.

Fort., 24/02/2012.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 24/02/2012
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