VEM COMIGO...
Vem comigo apanhar estrelas penduradas no varal da noite.
E vamos entoar o silêncio dos orvalhos que acaricia as pétalas das açucenas ao luar.
Seremos juntos brisa incessante bailando os cabelos negros da noite.
E cachos dourados de sonhos nos trigais infinitos do bem querer.
Carruagens de ternura já se adiantam na estrada.
E cavaleiros de lua já tangem esperanças pelos ermos.
E trilharemos esse desejo que espreita silente nas veredas.
E nos perderemos no sem fim desses grotões de carícias adivinhadas.
Seremos errantes peregrinos, etéreos viajores nos descaminhos de nós mesmos.
E cavalgaremos o alazão do destino, cabelos ao vento, duas almas aladas.
Tu e eu, juntos, cavaleiros do amor na solidão da noite.
Vem comigo, que é longa, mas alegre e promissora a jornada.
E tinem e refulgem os cascos de prata erguendo poeira de estrelas, sem medo de nada.
Tu e eu, juntos, cavaleiros da ternura no dorso da noite, dois brilhos de esperança tangendo cumplicidades.
E sentimos na pele a carícia da brisa que anuncia o esplendor de uma nova alvorada.
Esporeamos o horizonte e avançamos, rédeas soltas, engolindo a madrugada.
À frente tudo. Atrás, apenas a poeira.
E rastros de ternura mapeando a estrada.
Vem comigo, que o amor na vida é tudo.
E sem amor essa vida é nada.