Dói essa dor a doer. É dor...
E cansa tanto viver. É vida...
E sem a dor a vida parece não ser.
A palavra proferida não descansa,
Ocupa-se de me ferir os silêncios.
Os estilhaços dos pensamentos rasgam-me os olhos
E eu nunca sei onde me esconder em minha casa de espelhos...
 
Havia uns céus vermelhos
Havia tanto sangue na relva
E nenhum rosto estava no espelho
Nenhuma fera habitava mais a selva
Tudo que era vazio veio morar em mim
Tudo que era escuro habitava o meu olhar
Tudo que não era, era tudo que eu tinha
O melhor que tinha, o melhor de tudo
Era que quando eu ia a morte vinha
 
Nos desencontros a distração
Nos desencantos alguma emoção
Algum sentimento na contramão
Não há boca quando o amor é o pão
 
Há a solidão e a tristeza de ela ser
Cansa essa dor de viver. É amor...
E essa fome sem pão era amor.
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 23/02/2012
Reeditado em 19/05/2021
Código do texto: T3515671
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