Doente de Amor
Alguém já esteve doente de amor?
Sabe o que é sentir o corpo pequeno
Para a grandeza da alma e a imensidão do coração?
Alguém já desejou tanto outro alguém
Que qualquer esforço, dor ou inquietação
Se tornou pequena diante do vastidão e da devoção?
Alguém sabe me responder
Se beijos são mesmo consumação
Sorrisos, falas da alma
E exaltação do que se possui de melhor na leitura do outro?
Alguém já amou tão intensamente
Que a felicidade do outro
É a maior recompensa
Sua alegria, o cântico maior no seu próprio amor?
É possível isto em um corpo mortal?
É possível tanta intensidade sem que as células se rompam
E tecidos e órgãos se fundam nesta energia que move mente, alma e coração?
Não sei responder.
Só sei que estou doente de amor.
E esta doença, que é prêmio, bálsamo e presente
É também benção de deuses de todas as eras
De mundos que sempre foram meus e só agora me pertencem.
Por ele.
Único, indescritível e completo na simplicidade
Ele que tem o dom de me transformar em alguém melhor a cada momento.
Quero sua cara de chuva.
Seu sorriso de todos os dias.