Ruínas
Sou arquiteto de ruínas,
as que vermelhas arrasadas
e em campo aberto alastradas
são mais feias que imaginas.
É sim trabalho solitário,
com beleza fica carinhoso.
Por mais que haja partes em horroroso,
ainda está dentro do meu imaginário.
Atingidas por tiros pretos que proferi,
balas de guerras que tomei.
São as mesmas que me gabei,
mas não fazem-me mais a ri.
Já foi tempo de acabar,
porém perdi a declaração
de que tinha corajoso coração
para nunca mais reclamar.
E o tempo passou,
nem mal vi, desapareceu.
As ruínas assim mais cresceu
e ele me atrasou.
Quem me dera ver-as
como nos velhos tempos,
sem esses tantos remendos
e delas mais desfrutá-las.