Mormaço
O murmúrio da tarde dizimava-se solitário, meigo,
Traduzindo-se no vazio, no pranto, no mormaço,
Quase sumindo na brisa fria, roçando os anjos alados.
Os meus pecados perdiam-se nos vagares rasteiros dos olhos
Navalhando os restos pecaminosos que moravam nos poemas
Nas folhas perdidas que o vento pespontava na mesa,
A umidade gotejava nas curvas femíneas, na virilidade,
Na intimidade da imaginação produzindo calores nos lóbulos
O mistério das inquietações limava minha alma bordada,
Pelas mãos fugitivas, nas sombras transparentes,
Enquanto divagava nos gestos negros da noite, saudade.