Alheia e Banal
É tarde amor, nosso tempo passou...
O verão se foi assim como o outono.
Nossa ânsia, por desespero, se despediu
E ficamos perguntando-nos o que restou.
Ah! Como é duro constatar tudo isso, e
Ainda assim ter que prosseguir sorrindo!
Morremos um no outro, e sem perceber
Continuamos achando que nada aconteceu,
Que tudo passaria, e ainda voltaria a ser igual.
Tolices... Tolices mil vezes tolices! Digo-te.
Ninguém mais poderá acender essa chama
Que me clama ao desapego, ao desterro.
Erro de ti ao te ver e erro de mim ao me
Desconhecer no espelho da sala, do quarto,
No espelho que a vida insiste em mostrar
Uma cara alheia e banal que nada diz, porém
Nada cala, selando um pacto secreto e íntimo
No qual fomos consentidamente enganados.
Stelamaris