Alheia e Banal

É tarde amor, nosso tempo passou...

O verão se foi assim como o outono.

Nossa ânsia, por desespero, se despediu

E ficamos perguntando-nos o que restou.

Ah! Como é duro constatar tudo isso, e

Ainda assim ter que prosseguir sorrindo!

Morremos um no outro, e sem perceber

Continuamos achando que nada aconteceu,

Que tudo passaria, e ainda voltaria a ser igual.

Tolices... Tolices mil vezes tolices! Digo-te.

Ninguém mais poderá acender essa chama

Que me clama ao desapego, ao desterro.

Erro de ti ao te ver e erro de mim ao me

Desconhecer no espelho da sala, do quarto,

No espelho que a vida insiste em mostrar

Uma cara alheia e banal que nada diz, porém

Nada cala, selando um pacto secreto e íntimo

No qual fomos consentidamente enganados.

Stelamaris

stelamaris
Enviado por stelamaris em 22/02/2012
Código do texto: T3512994
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