Os tempos começam a mudar…

Quando és um cisne

Á luz do dia

E não somente ao luar

Porque o reflexo que contemplo

É o mesmo do teu corpo

É o mesmo do teu olhar

Deixando de ver uma batalha

De puro mitigado e exagerado sofrimento

Passando sim a ver determinação

Onde as mágoas são pormenores

Às quais não dás muita importância

Ao invés de ser o mote

E a estrofe principal

Da tua canção

Porque te deixas de comportar

Como um náufrago

Que está à espera que o venham salvar

Tu nadas para a costa

Deixando o teu lugar no barco

Para alguém que não tem forças

Ou para alguém

A quem as forças de facto estão a faltar

E assim o cisne deixa de ser narciso

Assim o cisne deixa de ser vítima

Assim deixas de ser

O que nunca foste

Mas que gostas de parecer

E assim ganhas asas

Deixando o reflexo da eterna contemplação

Deixando a barca

Que só em ti naufraga

Abraças a existência

Entras em lutas

Sabendo que as podes perder

Mas ganhas ao entrar em tal

E com tal ganhas a caução de uma existência

A essência perdida da tua alma…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 22/02/2012
Código do texto: T3512867
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