Mundo paralelo
É uma via de duas mãos,
mas uma das vias está fechada
para um conserto eterno.
É um desejo incontrolável
de voltar em seu ponto normal,
saber de onde veio e se achar.
Cada movimento é passo duplo
a se adicionar ao andamento,
e quando o tempo se fecha,
que aquelas nuvens suspiram
frios de ventos gelam-te,
eu sei quem te esquenta.
Repentinamente abre-se os cegos olhos,
vidrados em um mapa velho.
O que posso ver? o inferno
que ninguém conseguiu jamais sair.
É sensação de todas emoções,
mais do que um coração pode entender.
Porém quando tem que se descançar
e deixar o copo encostado na mesa,
se vê, aquilo é muito mais que qualquer um,
a onda vermelha que faz o copo novamente entrar
em seu devido movimento.
A sorte não habita este mundo
e o desejo de estar nos que ganharam,
de todo sonho ser real,
não existe para quem fica preso.
A verdade é que isto tudo
não se passa de uma célebre doença,
aquela que te salvará do tédio
e sempre te dará algo mais.
O céu não cai, o chão não sede,
os portões se fecharam por causa sua
e apenas sua mente alienada
poderá cantar a música eterna
para este mundo se desfacelar.