Febre sequiosa

Há uma febre nos dias

e na ânsia de palavras plenas,

de gestos precisos,

de mãos exactas,

de sorrisos na penumbra.

É nesta febre de te escrever

que me reconheço

e te encontro.

Na sede que arde

escrevo para sentir

a delícia sequiosa

dos teus beijos.

E na febre te acolho,

braços anelantes,

estreitando-te

na sombra das papoilas.

Febre imorredoira

nos dias em que a sede

se sacia nas fontes do teu olhar

ou arde no calor dos teus beijos.

Helena Correia
Enviado por Helena Correia em 20/02/2012
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