Sofreguidão que somos

Quando senti as tuas mãos

à volta do meu pescoço

e um frémito a percorrer-me o corpo

soube que começava ali,

à luz pálida do teu quarto,

o momento da dádiva mútua.

Teu corpo ofegante abriu-se

às minhas mãos

que navegam como barcos

os lagos do teu corpo.

Beijo-te as coxas

o ventre e os seios e tu pedes-me mais.

Na sofreguidão que somos

já nada resta que se não faça.

Por fim, a exigência final

que se prolonga até ao êxtase

que não controlamos.

Longamente confundidos

nenhum beijo se perde

até que o sono nos vença.

Helena Correia
Enviado por Helena Correia em 20/02/2012
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