UM GRANDE AMOR SIMPLESMENTE!

AMOR

Verga-se minh'alma amante

Perante tua vontade de amor

Não é santa, é meliante

Da vida, insana, sofrida

Amarga, só, dolorida

Embriagada de dor

Flor da vivência ébria

Fruto da humana sarjeta

Madura, infante, ninfeta...

Marcada, inocente, sóbria

Pura, rude, experiente

Lúcida, suave e demente...

Que tem para oferecer-te

Esta dúbia criatura?...

Do pintor, esboço simples

Do escultor, apenas barro

Do músico, ainda partitura

Qual vinho ainda no jarro

Talvez nada de mal

Talvez nenhuma emoção

Talvez apenas luxúria

Quem sabe alguma paixão!

Algo profundo e belo

Extraia destas entranhas

Algo que temes e queres

Que desconheces e sonhas

Acalma esta alma frágil

Este desejo latente

Quem sabe poderá ofertar-te

Um grande amor, simplesmente!

Leopoldina, MG, 20 de fevereiro de 2000.

Balzac José Antônio Gama de Souza
Enviado por Balzac José Antônio Gama de Souza em 18/01/2007
Reeditado em 08/09/2008
Código do texto: T350897