Galope sem rumo
Galope sem rumo
De repente, cavalgo na solidão de escura noite
Montado em meu corcel, fera encilhada
Conduzida aceleradamente sob açoite...
Penetrando no vazio onde há o nada!
Onde não há o cantar dos galos, o frescor das madrugadas,
Não há o nascer do sol, o calor das tardes, a invernada,
O amor... A noite enluarada...
Galopo sem rumo, na direção do nada!
O corcel avança, corre, corre cada vez mais veloz,
Só se escuta o tropel da fuga tresloucada
Carregando um sofrimento atroz
Não tem olhos, não em ouvidos, não tem voz,
Cheio de mágoa, na direção do nada!
Sem retorno nesta louca disparada
Onde apenas a amargura lhe restou,
Desaparece lentamente na estrada
Onde há pouco seu amor o desprezou.
Galopo sem rumo, na direção do nada!