Algures na Multidão...

Uma voz que se perde

Um rosto que se acha

Bem no meio da multidão

Onde se escondem medos

Se diluem segredos

Onde todos somos o mesmo

A mesma entidade grupal

Indiferenciada

E por isso

No meio deste desconhecido

É o único local

Onde toda a gente

É realmente igual…

Mente aberta

À descoberta

Corpo desprovido de defesas

O toque á flor da mão

Dos lábios

Sensibilidade transfigurada

Sedenta

Por qualquer tipo de beleza…

E é assim

Que abandonamos preconceitos

Alguns tipos de morais

Frase feitas

Lugares comuns

Porque te encontrei no meio de tanta gente

E toquei a tua singularidade

Guiado por uma abrupta

E doce sensação

Disse sem pensar

Que gostava de Ti

E tu retribuíste esse gosto

Da mesma maneira

E foi assim que te achei

Que te amei

E ao mesmo tempo

Que te perdi

Apesar

De ainda habitares

Como habitam todas as pessoas

Porque o corpo de um ser pode ter um tamanho limitado

Mas dentro dele cabem sempre

Todas as pessoas

Todas as sensações

Que ele quiser

E por isso ainda habitas

E tens um pequeno cubículo afectivo

Como terás sempre

Dentro de mim…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 19/02/2012
Código do texto: T3508146
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