Algures na Multidão...
Uma voz que se perde
Um rosto que se acha
Bem no meio da multidão
Onde se escondem medos
Se diluem segredos
Onde todos somos o mesmo
A mesma entidade grupal
Indiferenciada
E por isso
No meio deste desconhecido
É o único local
Onde toda a gente
É realmente igual…
Mente aberta
À descoberta
Corpo desprovido de defesas
O toque á flor da mão
Dos lábios
Sensibilidade transfigurada
Sedenta
Por qualquer tipo de beleza…
E é assim
Que abandonamos preconceitos
Alguns tipos de morais
Frase feitas
Lugares comuns
Porque te encontrei no meio de tanta gente
E toquei a tua singularidade
Guiado por uma abrupta
E doce sensação
Disse sem pensar
Que gostava de Ti
E tu retribuíste esse gosto
Da mesma maneira
E foi assim que te achei
Que te amei
E ao mesmo tempo
Que te perdi
Apesar
De ainda habitares
Como habitam todas as pessoas
Porque o corpo de um ser pode ter um tamanho limitado
Mas dentro dele cabem sempre
Todas as pessoas
Todas as sensações
Que ele quiser
E por isso ainda habitas
E tens um pequeno cubículo afectivo
Como terás sempre
Dentro de mim…