O mito do nosso medo…
Há um medo
Que não é propriamente segredo
Que se dilui
Nas areias da descoberta
Onde te costumo descobrir
Há quem lhe chame um deserto
Pela sua imensidão
Por não ter pontos de referencia visíveis
Pelos quais alguém se possa orientar
Há um medo
Que mais não é
Do que a fome do conhecimento
De partir
Quando em nós
De uma forma inevitável
Começa a surgir
Começa a tomar conta de nós
E esse medo
Nada é
Porque com essa sensação
Nunca nos sentimos realmente sós…
Há um medo
Que poderia significar exclusão
Poderia significar degredo
Para quem não o souber interpretar
Porque quando amamos
Ou começamos a amar
Há um medo
Forma instintiva de protecção
E esse medo
Serve de travão
Para não irmos demasiado depressa
Para que não nos possamos eventualmente magoar…
Mas por vezes
A prudência
A cautela
Passa por ser
Não a nossa maior aliada
Mas nossa maior inimiga
Porque a vida se esgota demasiado depressa
E em vez de andar
Corro para Ti
Há pois um medo
Que tendo a ignorar
Porque se não correr
Quando me aproximar de Ti
Corro o sério risco de não te encontrar…