O mito do nosso medo…

Há um medo

Que não é propriamente segredo

Que se dilui

Nas areias da descoberta

Onde te costumo descobrir

Há quem lhe chame um deserto

Pela sua imensidão

Por não ter pontos de referencia visíveis

Pelos quais alguém se possa orientar

Há um medo

Que mais não é

Do que a fome do conhecimento

De partir

Quando em nós

De uma forma inevitável

Começa a surgir

Começa a tomar conta de nós

E esse medo

Nada é

Porque com essa sensação

Nunca nos sentimos realmente sós…

Há um medo

Que poderia significar exclusão

Poderia significar degredo

Para quem não o souber interpretar

Porque quando amamos

Ou começamos a amar

Há um medo

Forma instintiva de protecção

E esse medo

Serve de travão

Para não irmos demasiado depressa

Para que não nos possamos eventualmente magoar…

Mas por vezes

A prudência

A cautela

Passa por ser

Não a nossa maior aliada

Mas nossa maior inimiga

Porque a vida se esgota demasiado depressa

E em vez de andar

Corro para Ti

Há pois um medo

Que tendo a ignorar

Porque se não correr

Quando me aproximar de Ti

Corro o sério risco de não te encontrar…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 18/02/2012
Código do texto: T3506192
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