“ RECEBI A VISITA DA SAUDADE “
Eita saudade quando teima
Em bater na minha porta
Não escolhe hora e nem dia,
Fui logo abrindo e ela foi entrando.
Ofereci coisas lindas e atraentes
Para a saudade me deixar
Mas ela não quis,
Livros para ler,
Um chá para se acalmar um pouco
Sentou-se a saudade numa
Poltrona aconchegante e macia,
E coloquei tocar uma música suave
Para ela se sentir mais a vontade.
Busquei no fundo do baú velas
E acendi e fiquei cabisbaixo.
Em silêncio para ouvir o próprio
Silêncio que não se escutava.
No cantinho da estante um
Porta retrato antigo,
Que refletia sempre e nisto
A saudade levantou-se meia
Sonolenta para me perguntar
Porque eu estava chorando.
Senti-me triste neste instante e
A saudade não pode perceber que
O brilho que brilhava em
Mim neste instante eram
As minhas lágrimas que
Estavam rolando da minha face.
Marcus Rios
Poeta Iunense – Acadêmico -