Amor primeiro
Uma vez ouvi dizer da rotina desvanecida,
feita à ventura de sonhar com peito aberto,
sem rima, irreal como uma prosa congelada,
da Lira de Shakespeare na vida que acaba bem.
Tudo está bem quando duas almas são uma;
mas não como no platonismo dos folhetins,
nem próximo à rigidez perfeita de João Cabral.
Quero piqueniques, toalha xadrez e beijinhos.
Nas paixonites espumando em quebra-mar
bom mesmo é o friozinho que une os corpos,
aproveita e aquece a lua nova dos amantes.
Para viver um grande amor é preciso bombons
e tantos outros regalos embrulhados num laço,
como a fita no cabelo que fitei ao te escolher.
Poema publicado também no Blog VERDADE EM ATITUDE (www.VERDADEmATITUDE.com.br).