DESATINO

DESATINO

se eu pudesse entender

esse meu destino

pelo menos essa noite que aqui estou

esse ponto final, pois já é escuro

esticar a mão ao interruptor, desatino

ter o tempo iluminado, sombrio

ar mudo e tão raro agora sentir-me

Sentir-me só a desabotoar a blusa

morder minha boca de uma saudade

onde depois de despir-me

apenas perfume e gosto salitre

pálpebras semi cerradas

sem sono, olhos de bocas

desejo enunciação

mãos firmes penteando

pelos e meus cabelos

o silencio presente

esse nunca faltou, oculto

nem naquele começo quente

nem nesse fim decadente

de almas ausentes

Cintia Thomé

Nov 2011

Cíntia Thomé
Enviado por Cíntia Thomé em 14/02/2012
Código do texto: T3499125
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