DESATINO
DESATINO
se eu pudesse entender
esse meu destino
pelo menos essa noite que aqui estou
esse ponto final, pois já é escuro
esticar a mão ao interruptor, desatino
ter o tempo iluminado, sombrio
ar mudo e tão raro agora sentir-me
Sentir-me só a desabotoar a blusa
morder minha boca de uma saudade
onde depois de despir-me
apenas perfume e gosto salitre
pálpebras semi cerradas
sem sono, olhos de bocas
desejo enunciação
mãos firmes penteando
pelos e meus cabelos
o silencio presente
esse nunca faltou, oculto
nem naquele começo quente
nem nesse fim decadente
de almas ausentes
Cintia Thomé
Nov 2011