CARTA DA SAUDADE

Reuno e refaço as palavras
Explicações para este momento...
Colhendo mémorias tortas
Que sobrevivem a tanto tempo...
Assim é que eu traduzo
Se é que há tradução
Pois, de forte, a bem se sabe
Palavras... não bastarão
Fingindo um caminho belo
Sufoco, sufoco tudo
Pra que vejam o eu que eu quero
Aquilo que eu não sou...
Que por certo, eu já dei certo
E que não tenho nenhuma dor...
E eu forjei em um livro aberto
Que não preciso mais de amor...
Mas me cansei de pagar o preço
A ansiedade me dominou
Por isso, eu rasgo o peito
E falo a alguém distante
E como se fosse antes
Volto aonde tudo parou
Publico a saudade amarga
Porque algo em mim gritou...
Sonhos que são poemas...
E que a vida reeditou
Palavras na quase alva
Um texto que não tem fim
Que ainda pode ser lido
Por você e também por mim...
Lembranças... metade minhas
Momentos, inenarráveis
Que ficaram nas entrelinhas
Do tempo e da saudade
Sagrado ato...
Eu penso e calo!
Amor de almas tão parecidas
Laços de vidas tão persistentes
Mais que se queira ou se pode crer...
Amor maior é o que se sente
Presente, o meu presente
Em cada verso que eu tecer...
Amo-te, amo-te, amo-te!






Cris de Azevedo
Enviado por Cris de Azevedo em 14/02/2012
Reeditado em 23/02/2012
Código do texto: T3497917
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