Luxuria poética
Repousante no silêncio, eu me lembro do toque de teus lábios,
De teus gestos contidos, porém emergidos em desejos
de nossos olhares cinéticos, pela vida lapidados
nossos corpos marcados por nossos frenético beijos
Ai de nós, que segredamos nossas caricias pela tarde
e na alvura da noite confortamo-nos em nossos sonhos
e na ausência de palavras, transformamos em versos a saudade
e colocamo-nos face a face com a felicidade quando nos encontramos
Queria hoje também enlaçar teus cabelos em minhas mãos
deslizar minha mão errante por teu corpo novamente sem pudor
converter-nos numa dor a dois pagãos
escravos eternos de um velho amor
benditos sejam esses prazeres que me consomem
apenas em pensamento, apenas na lembrança
bendito seja esse meu verso-homem
ejaculando os velhos sonhos de criança
benditos sejam tuas vontades
melodias de pujanças