Luxuria poética

Repousante no silêncio, eu me lembro do toque de teus lábios,

De teus gestos contidos, porém emergidos em desejos

de nossos olhares cinéticos, pela vida lapidados

nossos corpos marcados por nossos frenético beijos

Ai de nós, que segredamos nossas caricias pela tarde

e na alvura da noite confortamo-nos em nossos sonhos

e na ausência de palavras, transformamos em versos a saudade

e colocamo-nos face a face com a felicidade quando nos encontramos

Queria hoje também enlaçar teus cabelos em minhas mãos

deslizar minha mão errante por teu corpo novamente sem pudor

converter-nos numa dor a dois pagãos

escravos eternos de um velho amor

benditos sejam esses prazeres que me consomem

apenas em pensamento, apenas na lembrança

bendito seja esse meu verso-homem

ejaculando os velhos sonhos de criança

benditos sejam tuas vontades

melodias de pujanças

Felipe de Oliveira Ramos
Enviado por Felipe de Oliveira Ramos em 13/02/2012
Reeditado em 14/02/2012
Código do texto: T3497612
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