Canção e dor.

Digas então

Quem sou em ti?

Que dizes?

Calas?

Há que calar para o infinito

Não venhas no depois a buscar-me.

Calas!

Não te mexas mais em nada.

Não há mais palavras a ser vivida contigo.

Ó! Como estou perdida em meu coração,

Solitário,

Cansado,

Em trevas.

Em dor.

Não mais quero te ver em minha alma,

Meu corpo.

Meu todo.

Nem quero mais que o tudo de mim

Leves.

Calas tuas falas

E pronuncias minhas lembranças em teus pensamentos.

Pois tens em teu ser o meu querer

Sempre!

Olhas que nos segue agora

Ao término dessa canção.

Não será mais as tuas mãos a me tocar.

Não será teus braços que terei.

Ó que saudades dos teus abraços!

Quem fui?

Quem sou?

Indagações perdidas

Em espaço.

Em tempo.

E sem tempo.

Digo-te!

Em voz e tom

Em canção e dor.

Digo-te!

Vou seguir

Por um segundo

Essas linhas

Que escrevo

Na esperança de encontrar-me.

Quis eu prolongar

Mas agora basta!

Agora basta!

Antes que parta,

Deixas escutar em doce voz

Chamar-te de “amor meu”.

Vou com o vento.

Não me verás mais.

Não serei mais a gota

De amor

Mantida em teu poder

Encarcerada.

Quem sou em ti

Não importa mais.

Pois o que sou

Não verás.

Outro verá.

Perdeste-me.

Pois de ti

Fui!

De ti

Não sou mais.

Fatimiha
Enviado por Fatimiha em 12/02/2012
Reeditado em 12/02/2012
Código do texto: T3495725
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