O Lobo e a Cinderela

Bateu a meia-noite, eu pressentia,

que o amor da minha vida, me fugia,

pela escadaria, da noite do encanto.

Bem quis correr, gritar, ir atrás dela

mas, a minha bela e doce Cinderela,

deixou no coração, saudade e pranto.

Felizmente, num bafejo do destino,

ao fugir, a meio do caminho,

ela perde, um sapatinho de cristal.

Pego-o como quem o céu alcança.

Amaina a dor, um mar de esperança.

Desce a mim, uma paz celestial.

Numa manhã, primaveril e soalheira,

numa donzela junto à borralheira,

vejo a dona de meu feliz achado.

Assim que o seu pé o calçou,

irradiando beleza, logo se transformou,

na eleita, de meu coração, apaixonado.

Na garupa de um fogoso alazão,

sentindo em mim, bateu seu coração,

partimos bem juntinhos, eu e ela.

Já na saída do humilde povo,

inclino-me, tal radiante noivo,

para beijar, a minha bela, Cinderela.

Herlânder Lobão
Enviado por Herlânder Lobão em 12/02/2012
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