O Lobo e a Cinderela
Bateu a meia-noite, eu pressentia,
que o amor da minha vida, me fugia,
pela escadaria, da noite do encanto.
Bem quis correr, gritar, ir atrás dela
mas, a minha bela e doce Cinderela,
deixou no coração, saudade e pranto.
Felizmente, num bafejo do destino,
ao fugir, a meio do caminho,
ela perde, um sapatinho de cristal.
Pego-o como quem o céu alcança.
Amaina a dor, um mar de esperança.
Desce a mim, uma paz celestial.
Numa manhã, primaveril e soalheira,
numa donzela junto à borralheira,
vejo a dona de meu feliz achado.
Assim que o seu pé o calçou,
irradiando beleza, logo se transformou,
na eleita, de meu coração, apaixonado.
Na garupa de um fogoso alazão,
sentindo em mim, bateu seu coração,
partimos bem juntinhos, eu e ela.
Já na saída do humilde povo,
inclino-me, tal radiante noivo,
para beijar, a minha bela, Cinderela.